quarta-feira, 26 de março de 2014

Espero que vocês fiquem entalados no trânsito!

Desculpem o tom, mas é mesmo um desabafo...

Desde que saí da casa da minha mãe, nunca tive carro. Usei uma scooter como meio de transporte e uma bike. Não concomitantemente. Da scooter eu abri mão quando uma madame tentou me matar, da bike, quando parei de trabalhar perto de casa.

Hoje, para a minha infelicidade, tenho um carro. Não que eu ache ruim poder ter um carro, mas acho ruim ter que ter um. Carro implica gasto com manutenção, seguro, gasolina, estacionamento e impostos. Além de muito estress. Se você tem um carro, vai ter que andar com ele no trânsito e aí vai lidar com o melhor tipo de pessoa #sqn.

O carro é um símbolo de poder. Ter um carro coloca você acima de quem não tem (ou de quem não está no carro naquele momento). Para algumas pessoas, ausente de qualidades individuais, o carro é a única maneira de se conseguir respeito. Muitos colocam todas as frustrações no veículo. A sensação de poder, de estar protegido pela couraça de metal, de ser quase um mascarado, permite aos projetos de delinquentes cometer todo o tipo de delito com a desculpa de "mas onde eu ia para o MEU CARRO?".

Tudo é desculpa. O do carro maior "não" viu o menor, o mais caro podia sim fechar o mais barato, afinal, ele não ia chegar a tempo mesmo. Tudo pode, menos parar no lugar permitido, dar passagem, para no sinal vermelho quando não tem pardal…

Eu odeio o trânsito porque as pessoas são egoístas e mal educadas. Vale mais botar a mãozinha pra fora e fechar o outro do que dar a seta avisando que vai virar. Somos uma legião de inválidos parando no meio fio, subindo a calçada, estacionando em fila dupla, porque não podem andar 5 minutos até o destino. Eu me pergunto se o estacionamento subterrâneo (a ideia de jerico mor) vai funcionar, afinal, quanta gente não insistirá em estacionar em cima porque dá muito trabalho subir escada.

"Servidor público, ai como eu odeio você nessa hora!" Só entende quem mora na 402 Sul e quer sair da sua própria quadra entre 14 e 18 horas. O pessoal do setor de autarquias estaciona em fila dupla, sendo que tem vários prédios repletos de vagas devidamente reservadas para esse fim. Mas os inválidos mentais não podem andar um pouquinho. Eles precisam tornar a nossa vida um inferno. E ainda assim, não tem nem o bom senso de não estacionar na curva. Correm demais para quem está andando numa residencial, trancam a pista de modo que só pode passar um carro de cada vez, onde passariam 2. E ah, são todos apressadinhos e rápidos na buzina.

Mas eu gosto mesmo dos donos de utilitários. Sempre sozinhos nos seus carros, nunca parando no lugar certo, ainda tem a ilusão de que seus carros não são um trambolho, param de qualquer jeito. Só porque sabem que as encostadas dos outros, no máximo, pegarão nos seus pneus. Como vocês são incômodos! Espero que no fundo, sintam-se felizes por estarem na contra-mão do mundo. Tem gente que diz que é o carro ideal para a família, mas qual? A menos que essa família possua 7 integrantes e esteja sempre de mudança, não vejo a utilidade de um utilitário.

De todo modo, nada pior do que o DETRAN que NUNCA multa esse povo. Eu me pergunto para que ele serve. Quando alguém já viu um veículo estacionado em lugar indevido ser rebocado? Realmente não dá pra confiar no bom senso alheio, tem que multar. Mas só multa no pardal, na câmera. Porque o cara não quer nem sair do lugar. Fica lá, olhando a telinha e arrecadando dinheiro. É mesmo um absurdo. Qualquer voltinha no Setor de Altarquias, Bancário e na 402 Sul no horário comercial ia render uma fortuna em multas para o governo. E quem sabe com o dinheiro ele pensasse melhor e colocar um asfalto "à prova d'água"?

sábado, 1 de março de 2014

Mais um carnaval

Lantejoulas e paetês
cerveja e brilhantina
a música não interessa
não precisa nem ter rima

Uma beleza quando começa
A grandeza da nossa festa
Ninguém liga para o dinheiro que se gasta
Nem organizar tamanha arruaça
Só importa a farra
Beber pra esquecer o merda que é você

E no fim do glamour
O perfume se mistura com suor
O corpo salpicado de papel picado
O chão mijado
O lápis borrado

Mas quem liga?
Valeu a pena
E a alma, é pequena?


*poema inédito e meu mesmo.